Alpha 4:
Metrifiko:
Persone:
Letra:
Estava a escrever um pouco à espera que o mundo me trouxesse inspiração,
Por momentos olhei o que envolvia os meus dedos e deparei-me...
Os meus vícios fazem-me ser quem sou.
Querido cigarro,
Que tens tu feito na vida?
Enquanto eu vou em vida de barro,
O que aparenta não ter saída.
Querido cigarro, onde me agarro,
Onde segredo minha promessas.
Saberás tu mais do que eu
Dessas vivências que tu compensas?
Eles confessam-se à tua sabedoria
De cigarro,
As suas tristezas, inocências
Num temperamento bravo.
Dão-te as indefesas, inteligências
E aguentam o celibato.
Não argumentam, nem inventam,
Simplesmente aceitam de bico calado.
E quem sou eu para julgar
Se sou da mesma espécie?
Sou mais um que predomina,
Esta sina assassina em hélice.
Diz-me tu querido cigarro
O que sabes do mundo?
Enquanto por esta janela,
vejo a noite sem estrelas e puxo fundo.
És a solidão que propaga
Esta companhia
E eu sou o coração que inala
Mais uma camada fria
De desilusão e saudade
Numa verdade vazia,
Onde torno a minha alma, em tua alma
Com calma numa falsa utopia.
Querido cigarro,
Que nunca largo
Esta é a vida de farro
Em que embarco.
Serás mais uma das muitas
Feridas que me deram por escolha própria,
Para que me separe aos poucos
Desta mente sóbria.
E se sou impróprio,
Então que consuma a tua gente imprópria.
Já que quero ser diferente do mundo,
Então que seja mais uma cópia
Deste sistema de merda,
Que é o meu organismo.
Que deita-se sobre o teu fumo imundo
Aceitando o invadismo.
E então que passa e chore,
Sobre o que é passageiro.
Até que tu, querido cigarro,
Apagues-me sobre o teu belo nevoeiro
E que me consuma por inteiro.



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